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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Deu no O Liberal: Em Mãe do Rio, professores querem trabalhar, mas não podem

Edição de 23/02/2011

SOBROU PRA ELES

Escola terá que esperar o início oficial das aulas, atrasado pela paralisação
A escola estadual de ensino médio Padre Mário Contti, sediada no município de Mãe do Rio, a 197 quilômetros (km) de Belém, está com as aulas suspensas até o dia 14 de março. O início das aulas, marcado para o dia 14 deste mês, não foi autorizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os professores do colégio onde estudam cerca de 1,4 mil alunos, não participaram da última greve da categoria ocorrida em abril do ano passado e agora reivindicam o direito de começarem a lecionar antes da data prevista.
De acordo com a representante do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará (Sinttep) na cidade, Henrica Paixão, eles enviaram um ofício à 18ª Unidade Regional de Ensino (URE), diretoria da Seduc responsável por gerenciar as escolas da zona urbana e rural do município, pedindo o retorno imediato das aulas. "A diretoria da escola solicitou à URE que o início das aulas fosse em fevereiro, uma vez que não tinham entrado em greve. De acordo com a informação da unidade, a Seduc autorizou a retomada apenas no dia 14 de março e não esclareceu o motivo. A hierarquia, nesse caso, precisa ser obedecida", destaca.
Um professor de Mãe do Rio, que pediu para não ser identificado, criticou a decisão da Seduc. "Nós estamos pedindo para trabalhar, não para ficar ociosos, então não entendemos o fundamento da determinação. Quanto mais demorar a começar as aulas, o tempo para ministrar os conteúdos é reduzido. Prejudica o planejamento do professor e também o aluno, que vai se preparar para o vestibular deste ano e depende do transporte da prefeitura para vir à escola. Por isso, o calendário deveria estar sincronizado com os colégios municipais", sugere. "Chegamos a marcar para o dia 14 de fevereiro o início das aulas, mas fomos obrigados a mandar todos os alunos de volta para casa", lamenta o professor.

MOTIVO
A greve dos professores da rede estadual ocorrida no último ano durante o mês de abril atrasou em dois meses o começo do ano letivo das escolas do Estado. Nas instituições de ensino particulares e do município de Belém, as aulas começam nos meses de janeiro ou fevereiro. Com o calendário organizado de maneira regular, em abril, os colégios aplicam a primeira avaliação aos estudantes.
A Seduc alegou que o início do ano letivo na escola Padre Marino Contti deve obedecer ao planejamento anual definido com as URE’s, levando em consideração as condições do espaço físico das escolas e o projeto pedagógico. A secretaria afirma que já reuniu com os representantes das unidades informando sobre o calendário escolar no Estado. Conforme apresenta em nota, as datas não podem ser trocadas nem mesmo em benefício da comunidade escolar.

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